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“Gosto muito das pessoas de cá”


tags: Mealhada, TuCáTuLá Categorias: Região sexta, 01 novembro 2019

Chegou a Portugal há 18 anos, vinda da Bielorrússia, instalou-se na Mealhada há 16 e já não pensa em sair da cidade. Olga Sivtsova, de 40 anos, gosta muito de viver na Mealhada e elege o melhor da terra bairradina: as pessoas.

“Já cá tenho muitos amigos. Gosto muito das pessoas de cá”, destaca Olga, numa pausa do trabalho no Café Pastelaria Doce Mel, próximo da estação de caminho de ferro da Mealhada. A bielorrussa chegou a Portugal em 2001, com 22 anos, à procura de uma vida melhor. Trabalhou em Lisboa, no Algarve e no Alentejo, até se instalar na Mealhada. “Arranjei trabalho numa fábrica. O objetivo inicial era trabalhar dois anos em Portugal e voltar para o meu país, mas acabei por cá ficar”, revela. Depois de 12 anos a trabalhar numa fábrica, Olga deixou o trabalho, e está há quase três anos na Doce Mel.

 

“Tudo perto”

Pouco tempo depois de chegar à Mealhada, Olga Sivtsova ainda ponderou voltar para Lisboa, mas acabou por gostar da cidade. “Para além de gostar das pessoas, aqui é tudo perto. O hospital, as escolas, fica tudo perto. Lisboa é outra realidade, é uma cidade muito maior”, lembra. 16 anos de vida na Mealhada já dá para muitas histórias, mas Olga não se consegue recordar de nenhuma em especial. “Ao fim deste tempo todo já aconteceu muita coisa. Mas vivo o dia-a-dia, não tenho assim nenhuma mais marcante que outras”, aponta.

Olga Sivtsova é natural de Orsha, uma cidade com cerca de 100 mil habitantes que fica a pouco mais de 200 quilómetros a nordeste da capital Minsk. Nos primeiros tempos, ainda visitava o país natal todos os anos, mas com a morte dos pais passou a fazê-lo de forma mais espaçada. “Ainda lá tenho uma avó e um irmão, mas vou menos vezes à Bielorrússia. Agora tenho ido uma vez a cada três anos”, conta.

 

Família em Portugal

A bielorrussa já tem a nacionalidade portuguesa e tem um filho com oito anos, que também já é português. “Já tenho uma ligação muito grande a Portugal”, confessa. Tanto que não está nos seus planos voltar para o seu país natal. Olga sente-se bem no nosso país e na Mealhada e, ao contrário do que chegou a pensar no início da sua aventura em terras lusas, está para ficar. Neste momento, não troca umas férias no Algarve por uma estadia na sua terra natal. “Por enquanto, o meu projeto de vida passa por viver em Portugal. Já estou habituada a este país, já não penso noutra situação. Não sei se quando for mais velha não vou querer voltar para a Bielorrússia”, conclui.