Diretor: 
João Pega
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Diária

Agrupamento de Escuteiros da Mealhada celebra 30 anos de recordações e ensinamentos memoráveis


tags: Celebração, Mealhada Categorias: Especial quarta, 26 janeiro 2022

São 30 anos de escutismo, com o lema “Nenhum tão feroz”, que fazem acreditar ao Agrupamento de Escuteiros 1037 da Mealhada que é através do seu trabalho que as crianças e jovens de hoje em dia podem encontrar um escape e estar mais próximos da natureza e dos ensinamentos que só quem passa pela experiência de ser escuteiro sabe.

experiência de ser escuteiro sabe. O Agrupamento de Escuteiros da Mealhada completou 30 anos no dia 1 de janeiro e, segundo o seu chefe, Nelson Saldanha, a ideia é assinalar a data com uma pequena cerimónia na missa de dia 29 de janeiro. Ainda que por motivos da pandemia não seja possível realizar um festejo maior, Nelson Saldanha adianta que, dependendo do evoluir da situação, também é vontade do grupo juntar atuais e antigos escuteiros, pois também eles fazem parte da história, seja num almoço convívio ou num jantar. Ao longo destes 30 anos foram vários os jovens que vestiram a camisola e viveram a essência do que é ser-se escuteiro, preservando memórias e ensinamentos. Atualmente, são 50 elementos – 40 crianças e jovens e 10 dirigentes – que dão continuidade aos Escuteiros da Mealhada, mantendo os valores e criando atividades que estimulam o desenvolvimento de cada escuteiro.

“O agrupamento promove a educação de crianças e jovens, entre os seis e os 22 anos. Estes jovens estão divididos em secções: dos 6 aos 10 anos são os lobitos, dos 10 aos 14 são os exploradores, dos 11 aos 18 são os pioneiros e dos 18 aos 22 são os caminheiros. Esta é a ultima secção antes de os jovens decidirem se querem ou não continuar no movimento. No caso de quererem continuar no movimento, fazem uma formação, que neste momento dura sensivelmente dois anos, e depois cumprindo essa formação, passam a ser chefes do agrupamento e já podem estar à frente de um grupo desta secção de jovens para, assim, os prepararem, serem responsáveis por eles e também elaborarem as atividades”, avançou Nelson Saldanha, que é chefe de agrupamento há 3 anos, dirigente desde 2009 e escuteiro desde 1992, ano em que estes escuteiros iniciaram o seu caminho. Das atividades fazem parte as reuniões semanais onde os escuteiros preparam jogos e trabalham todas as áreas, desde a área afetiva, física e emocional, até à área técnica escutista, potenciando assim a sua autonomia em prepararem tarefas e compromissos e meterem em ação. Quanto às atividades ao ar livre, são organizados os acampamentos “que potenciam toda a vivência escutista, onde eles colocam em prática tudo o que aprendem sobre o escutismo e sobre a vida em campo”. “Eles estão separados em equipas dentro das secções e seguem toda uma hierarquia que existe e aprendem a fazer as atividades, sendo que para eles as atividades são sempre consideradas um jogo e quanto melhor for o desempenho, mais pontos têm e podem ganhar ou não a atividade ou o jogo que eles fazem dentro da secção”, acrescentou.

Nelson Saldanha faz parte deste grupo desde o primeiro ano da sua criação e é nas suas lembranças que recorda todas as vivências ao longo destes 30 anos, mas também as mudanças e melhorias que permitiram a este grupo prolongar o seu trabalho e promoverem cada vez mais a educação dos que se juntam e dão corpo aos Escuteiros da Mealhada.

“As mudanças existiram obviamente. Neste momento estamos melhor no escutismo. Fomos crescendo enquanto grupo na associação, fomos melhorando o nosso escutismo e o modo como o praticamos e fomos ganhando uma identidade própria. Quatro dos nossos dirigentes são elementos fundadores, por assim dizer, e isso permitiu que ao longo destes anos tenhamos passado conhecimento de geração em geração, conseguindo transmitir desde a fundação do agrupamento até agora, coisas que trouxemos desde o início das secções porque todos nós fomos escuteiros e agora somos dirigentes. E depois fomo-nos adaptando às alterações dos próprios jovens porque os jovens de hoje em dia nada têm a ver com os jovens de há 30 anos atrás, onde eu me incluo. A nossa autonomia era diferente, a vida que nós fazíamos fora dos escuteiros também era diferente e isso dava-nos um tipo de preparação que, se calhar, hoje em dia, os jovens não têm em virtude do seu dia-a-dia, quer na escola quer em casa”, mencionou o chefe do agrupamento, acrescentando que devido a essa realidade, são cada vez mais os pais que procuram os Escuteiros como uma alternativa às rotinas da escola e de casa - cada vez mais próximas do mundo digital - podendo assim levá-los a outra dimensão em contacto com a natureza.

“Houve uma altura em que era complicado atrair os mais novos, ou seja, aquelas crianças dos 6 aos 10 anos, porque também havia muita oferta de outras atividades para fazerem. Mas agora nota-se um aumento novamente dessa procura por parte dos pais em quererem que os jovens andem nos escuteiros porque neste momento os escuteiros permitem a realização de atividades completamente diferentes daquelas a que eles estão rotinados a fazer. Não inclui computador, consola, nem telemóveis e obriga-os a desligarem-se da parte digital a que eles estão submetidos no diariamente. E as nossas atividades permitem ter contacto com o ar livre, que é essencialmente o que falta aos jovens de hoje em dia, que é o contacto com a natureza e aprenderem basicamente a brincar. Porque estando em casa em frente ao computador ou tablets, estão sozinhos, e estando com outras crianças da mesma idade permite-lhes desenvolver não só interatividade entre eles, mas também responsabilidade e o sentido de terem alguém em quem confiar e ajudar quando há essa necessidade”, concluiu Nelson Saldanha.

O Agrupamento de Escuteiros 1037 da Mealhada aceita inscrições durante todo o ano, bastando para isso comparecer nas suas reuniões que se realizam todos os sábados, pelas 16h, na parte de baixo da Igreja da Mealhada.