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Pedro Miguel Mota encontrou na fotografia um passatempo que o apaixona


tags: Imagem, Mealhada Categorias: Cultura quarta, 09 março 2022

Foi na fotografia que Pedro Miguel Mota, natural da Mealhada, encontrou um passatempo que o apaixona. Com vários projetos nesta área, como o “Trajes”, “Panos e Lucifer”, “Sardas” e “Foi a última vez”, mas também com colaborações com uma agência e modelos, estando alguns desses trabalhos em revistas nacionais e internacionais, foi em 2009, aquando da compra da sua primeira máquina com o seu primeiro ordenado, que tudo começou.

“Não ligava muito à fotografia, era apenas para passeio em família, viagens e sobretudo para registar os momentos. Coisas de juventude. Depois mais tarde, quando comecei a dar mais uso à maquina, tive necessidade de comprar algo melhor e assim foi. Entretanto, na altura, fiquei desempregado e comecei a distribuir currículos desde Coimbra até ao Porto. E no Porto vi uma ourivesaria que tinha um livro sobre a Romaria de Nossa Senhora da Agonia e entrei para perguntar onde era aquilo, achava que não era no nosso país. Foi então que a senhora da ourivesaria me disse que até passava na televisão e eu decidi, no ano seguinte, ir assistir à romaria presencialmente e aí levei o novo equipamento”, começou por contar Pedro Miguel Mota ao nosso jornal. Chegou a agosto e, tal como tinha prometido, Pedro Miguel Mota foi rumo a Viana do Castelo, tendo ficado “admirado com tudo”, até que a fotografia passou de um passatempo para um gosto em fazê-lo. No final desse ano acaba por fazer um workshop de modelo fotográfico, pela “necessidade de saber como pousar os modelos”. “Em 2016, começo a fotografar duas pessoas por mês. Em 2017, começo a fazer os projetos do pano. E, em 2018, já com a experiência que eu ganhei desde 2015, tive a ideia de começar um projeto das sardas”, acrescentou.

A exposição fotográfica “Sardas” está patente no Cineteatro Messias até 30 de junho e a entrada é gratuita. “Na exposição estão cerca de 8 mulheres, mas fotografei cerca de 15. E este projeto começou porque na primeira vez que fui à romaria fico admirado com a quantidade de pessoas que tinham sardas. Eu fotografo a primeira rapariga que conheci na romaria e o projeto começa com ela. É a Maria e é quem dá a cara à exposição e aos três primeiros painéis”, partilhou.

Pedro Miguel Mota faz da fotografia um passatempo e concilia esta sua paixão com o seu trabalho a tempo inteiro numa fábrica de azulejos. Tornar a fotografia a sua área profissional não faz parte dos seus planos, pois aponta que “na zona centro é impossível ganhar dinheiro só a fazer fotografia”. Quanto a novos projetos, o jovem revela a possibilidade de fazer fotografia de natureza e animais, elaborar também uma exposição de trajes, que já seria em Viana do Castelo, e ainda fazer uma exposição de fotografias de eventos fotográficos e sessões.

“Antigamente eu pensava que a fotografia era encher um cartão e escolher fotografias. Hoje em dia é demorar duas horas para fazer 4 ou 5 fotografias. Passei a ver a fotografia com outros olhos. Não de fazer fotografia por fazer, mas fazer fotografia para criar arte porque é verdade que uma imagem vale mais que mil palavras. E é tentar transmitir um sentimento a quem vai ver a fotografia, daí a exposição das sardas ser muito delicada e calma. Ou seja, passou de uma coisa cliché, para algo que tem de ser estudado, pensado e dá trabalho a fazer. Nós somos feitos de passados e a fotografia acaba por guardar um pouco aquilo que fomos numa determina altura da nossa vida. E sim, a fotografia é um guardar de memórias”, concluiu.