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''Os recursos humanos são a pedra basilar de quem está empenhado em construir futuro com os nossos jovens''


tags: EPVL, Mealhada Categorias: Especial segunda, 04 julho 2022

A Escola Profissional Vasconcellos Lebre continua a assumir um papel importante no ensino do concelho e celebra 31 anos hoje, dia 4 de julho. Para assinalar este marco, Carlos Sousa, diretor desde junho de 2020, esteve à conversa com o nosso jornal. “A EPVL consegue ser uma referência, não só no concelho da Mealhada, mas também em todos os concelhos vizinhos e na região”, diz.

 

A EPVL assinala 31 anos no próximo dia 4 de julho. O que representa este marco para vós?

Cada ano é um marco para a EPVL e 31 anos significam um projeto que está muito consolidado na Mealhada e na região. A EPVL é, efetivamente, uma referência do ensino profissional e, agora, também da formação de adultos, através do Centro Qualifica e da formação certificada. E penso que é isso que marca cada aniversário que passa.

 

Qual o balanço destes 31 anos?

Estou na escola desde junho de 2020 e posso fazer um balanço daquilo que conhecia da EPVL, porque efetivamente estou ligado à escola profissional há muitos anos e conhecia o trabalho da EPVL. Neste momento o balanço que faço destes dois anos é muito positivo. Sinto que a comunidade educativa - os pais, os alunos, os professores e também toda a comunidade local e regional - continuam a ver na EPVL um trabalho estruturado e que dá resposta às necessidades, tanto do tecido empresarial, como também do ensino superior, porque temos muitos alunos a irem para o ensino superior, e isto é o reflexo do que tem sido o trabalho da EPVL ao longo destes 31 anos. Portanto, o balanço é muito positivo.

 

Quais são as motivações para dar continuidade ao trabalho que a escola tem desenvolvido na área da educação e formação de jovens e de adultos?

Eu penso que quem está na educação tem que ter muito a perspetiva de que semeia um bocadinho todos os dias para depois, passados uns anos, ir colhendo o fruto daquilo que vai trabalhando. Neste trabalho persistente, que é aquilo que qualquer escola deve fazer, penso que a EPVL faz isso de uma forma muito especial porque, efetivamente, aquilo que os alunos e os pais mais valorizam é o acompanhamento personalizado que nós damos a todos aqueles que optam pelo projeto educativo da EPVL. E eu acho que isso é uma grande marca distintiva.

 

E o que considera ser imprescindível, ao alcance da EPVL, para o sucesso dos alunos?

Recursos humanos empenhados e motivados na construção deste projeto de vida de cada um dos alunos. É o principal desafio desta escola e, eu diria até, do nosso sistema educativo. Nós precisamos muito de recursos humanos motivados e empenhados neste trabalho, que é um trabalho de muito amor diário e de muita dedicação diária. Porque uma fábrica tem uma máquina que se liga e produz determinado produto, mas uma escola é feita de relações humanas. Basta pensar nos 350 alunos, 40 professores, mais 10 ou 15 colaboradores na secretaria ou na cozinha, e o número de interações humanas que se verificam todos os dias numa escola. Portanto, os recursos humanos são a pedra basilar de quem está, de facto, empenhado em construir futuro com os nossos jovens.

 

Que espaço ocupa o ensino profissional no concelho da Mealhada?

O ensino profissional ocupa um espaço preponderante porque frequentam a Escola Profissional Vasconcellos Lebre cerca de 340 alunos. Nós constituímos 5 turmas, por ano, neste momento, de 10º ano. Portanto, nós estamos acima dos 50% dos alunos a frequentarem o ensino profissional no concelho da Mealhada. Certo é que também recebemos alunos de concelhos vizinhos e isso é muito significativo. Significa também que a EPVL consegue ser uma referência, não só no concelho da Mealhada, mas também em todos os concelhos vizinhos e na região. E, o facto de o concelho ter transportes, também é uma mais valia para se poder frequentar a EPVL.

 

Que importância tem o ensino profissional para os jovens e para o futuro?

Eu estou no ensino profissional há quase 25 anos e tenho acompanhado este caminho que o ensino profissional tem feito. Sempre apostei e trabalhei muito por ele, porque acho que o ensino profissional é uma mais valia para o nosso país. E penso que, paulatinamente, a sociedade tem percebido a importância do ensino profissional. As empresas já o perceberam há muito tempo, porque as empresas abrem portas aos nossos alunos para fazerem formação em contexto de trabalho e perceberam que os nossos alunos são uma mais valia. Os politécnicos e as universidades batem-nos à porta para captar os nossos alunos para prosseguirem estudos, pois perceberam que os nossos alunos são uma mais valia em termos de competências práticas. E tem sido esse trabalho persistente dos recursos humanos, dos professores e direções das escolas, que têm sempre apostado no ensino profissional, que fez com que o ensino profissional ganhasse a relevância que tem hoje no nosso país. Ele impôs-se não por decreto, mas porque efetivamente as empresas e as famílias perceberam a vantagem que é o ensino profissional.

 

Quais são os maiores desafios de gerir uma escola? E que barreiras a EPVL enfrenta atualmente?

O maior desafio para gerir a EPVL - e penso que para gerir qualquer instituição que tenha esta nota muito forte de presença humana -, é de manter alunos, professores, pais e comunidade motivados perante este projeto. Porque se todos estivermos motivados para ajudar os nossos jovens a crescerem e a terem projetos de vida quando terminam o 12º ano e quando terminam o seu curso profissional, eu penso que é uma mais valia que faz com que haja sucesso nesta escola e que mantém todos motivados e centrados neste grande objetivo: alunos motivados para terem um projeto de vida que lhes permita prosseguir estudos ou ingressar no mercado de trabalho.

 

Quais os objetivos para os próximos capítulos que se avizinham?

Nós queremos continuar a apostar numa formação de qualidade e, por isso, também apostar numa formação contínua dos nossos recursos humanos. Porque essa formação e essa constante atualização reflete-se depois na qualidade da formação que ministramos. Fazemos uma análise e avaliação quase diária de cada atividade e cada passo que damos para perceber o que podemos melhorar ainda mais. E, depois, diversificar nos serviços que prestamos, como seja o nosso Centro Qualifica, que é um complemento importante neste contexto de formação, a formação modular certificada e, ainda, neste momento, o apoio às empresas, através de divulgação de medidas que as empresas se podem candidatar, através de estágios profissionais e através dos mais diversos instrumentos que gostamos de comunicar e que estamos a comunicar às empresas. Esses são os grandes desafios e isso faz com que, de facto, diariamente, se abram novos horizontes à escola. E é importante estar atento àquilo que são as necessidades no mercado para ir formando, não em função daquilo que a escola quer, mas em função daquilo que os alunos procuram e o mercado de trabalho precisa.

 

Podemos concluir que estes 31 anos são apenas o arranque para o crescimento do ensino profissional e também para o crescimento desta instituição de ensino?

Cada dia que nasce é um novo arranque. E, cada ano que a EPVL está ao serviço, é um novo desafio e é sempre um recomeço. No ensino, nós olhamos muito mais para um recomeço em termos de ano letivo, e não propriamente de aniversário. Mas é um marco e é significativo o facto de o aniversário da escola ser ao cair do pano de cada ano letivo. Porque em cada aniversário nasce a perspetiva de um novo e excelente ano letivo e é isso que vai acontecer no próximo, porque é um número muito significativo de alunos que nos procuram. Temos já turmas fechadas neste momento, e estamos a meio de junho, e isso é uma boa perspetiva para a escola. Chegar ao aniversário da escola e saber que no próximo ano temos turmas constituídas para continuar este caminho, acho que é o melhor que uma escola pode ter no seu aniversário. É o reflexo do trabalho.