Luso: Miguel Silva vive do seu sonho que é a música

“A música, apesar de dar muito trabalho, e às vezes são muitas horas de trabalho, cria uma liberdade”. É o que diz Miguel Silva, com 31 anos e do Luso, que se dedica a esta arte de diferentes formas: é músico a solo, produtor e tem uma banda, a Spice Jam. Trabalha por conta própria, no estúdio em casa, há cerca de 10 anos, começou com a produção há relativamente 5 anos e toca em bares, hotéis ou palcos grandes, com a banda. “Tento ser um pouco versátil. Com o meu projeto acústico eu tento ir um pouco a todo o lado, tendo sempre preferência pela musica dos anos 80/90. Ou seja, os clássicos”, disse-nos o artista.

Do que se recorda, a música fez sempre parte do seu caminho, ainda que nunca tenha pensado na possibilidade de viver desta arte. “Sempre fui desportista e chegou ali uma altura que mudei. Sempre tive um gosto pela música desde pequeno, claro. Mas nunca pensei vir a fazer de isto vida, muito menos no país em que estamos. Porque, sinceramente, o nosso país para a cultura é zero. Há muita gente no nosso meio que partilha desta opinião e que sabe que a cultura é posta de parte. Basicamente um país sem cultura é um país sem identidade. E eu acho que Portugal ainda tem muitos anos para percorrer”, mencionou, acrescentando que começou a tocar guitarra desde muito cedo e o gosto foi-se mantendo. “Lancei-me a solo e as coisas foram evoluindo e fui crescendo também como pessoa a fazer aquilo que faço. Porque a música tem esse lado também que nos ajuda a crescer como pessoas, além de crescermos como intérpretes ou músicos”, referiu Miguel Silva, adiantando que não tem formação musical e, por isso, considera-se “autodidata”.

No projeto da banda Spice Jam são os elementos que reescrevem os temas e concedem uma “roupagem diferente” aos temas já conhecidos. Enquanto produtor, faz a mistura de áudio e produção de música, criando a música de raiz numa vertente de música eletrónica. “Faço colaborações com artistas do meio da música eletrónica, alguns até já tocaram em grandes festivais conhecidos de todo o mundo”, destacou.

“Crescer cada vez mais e tentar todos os anos superar um pouco o ano anterior” é um dos objetivos do artista, juntando-se a ambição de tocar em festivais e, um dia, tocar os próprios temas “para o máximo de gente possível”. Para o verão já há espetáculos agendados, desde o centro ao norte do país. O jovem do Luso também costuma atuar no bar The Murphy’s Irish Pub, em Coimbra.