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Vamos a uma consulta de nutrição?


tags: Saúde, Saúde Categorias: Opinião, Saúde segunda, 05 fevereiro 2024

O início do ano é um momento de algumas decisões que podem ter impacto na vida de cada um. No topo das resoluções de ano novo está a vontade de alterar os hábitos alimentares, muitas vezes associada a uma necessidade de perda de peso.

No entanto, quando a decisão de consultar um nutricionista acontece (normalmente uma resolução individual) esbarra, muitas vezes, com a ausência de solidariedade dos pais, da família, do marido ou da mulher, do namorado ou da namorada, ou mesmo dos filhos.

A última coisa que nós, nutricionistas, queremos é que a nossa intervenção desencadeie uma “guerra” familiar (muito menos num momento em que a paz deve ser defendida com todos os argumentos)!

Como tal, é importante refletirmos sobre a vantagem de fazermos uma consulta de nutrição acompanhados, as chamadas consultas familiares.

Começa a ser cada vez mais frequente sermos procurados por casais que decidem, de forma conjunta, fazer uma alteração de hábitos alimentares. Será vantajoso ou nem por isso? Não conheço dados estatísticos que possam ajudar a responder a esta questão, mas a prática clínica diz-me que apresenta muitos aspetos positivos.

Para mim, a principal vantagem é que ambos assumem um “contrato” entre eles e perante o nutricionista. O compromisso de alterar os hábitos alimentares, de perder peso, de deixar de comprar aquele alimento que faz mal ou de beber aquela bebida alcoólica que sabe tão bem, mas que faz tão mal, é mais fácil de cumprir. E estes pequenos grandes pormenores muitas vezes fazem a diferença no processo.

Nestas intervenções, ambos ficam orientados individualmente apesar de haver uma preocupação de ajuste dos planos alimentares às refeições que fazem em conjunto, facilitando a adesão a essas mesmas refeições e também simplificado a confeção da mesma. Não faz sentido sugerir a um para comer só sopa ao jantar e a outro para comer só prato.

Por outro lado, nestas consultas, as dúvidas são esclarecidas e os mitos são desfeitos também em conjunto, não dando azo a contra-argumentações, porque podem dizer “não te lembras que foi a nutricionista que disse”.

Por fim, este processo acaba por ser encarado como uma competição, um jogo saudável. E ninguém gosta de perder (nem a feijões!). Se ambos têm, por exemplo, o mesmo objetivo: “perder peso”, podemos encontrar uma forma de premiar quem consegue concretizar o seu objetivo.

Quando decidir marcar uma consulta de nutrição não se esqueça de perguntar ao seu(sua) companheiro(a) se quer acompanhá-lo(a). O sucesso na melhoria dos hábitos alimentares fica mais perto de atingir!

Maria João Campos

Nutricionista (CP 2119N) – Especialista em Nutrição Clínica pela Ordem dos Nutricionistas