
Os escuteiros da Região de Coimbra realizaram mais um Dia da Região, desta vez em Fátima, de 16 a 18 de maio de 2025, numa concentração com cerca de 400 crianças, jovens e adultos de norte a sul da Diocese de Coimbra. Por ocasião deste encontro, os escuteiros fizeram a sua Peregrinação Jubilar e, numa cerimónia presidida pelo Bispo de Coimbra, fizeram a consagração do Escutismo de Coimbra a Nossa Senhora.
Muitos foram os que rumaram a Fátima para o Dia da Região, logo na sexta-feira, dia 16. Os Lobitos – dos 6 aos 10 anos – ficaram instalados nos Missionários da Consolata, os Exploradores – dos 10 aos 14 anos – foram para as Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena e os Pioneiros e os Caminheiros instalaram-se no Colégio de São Miguel.
Mas no sábado de manhã, já com os 400 escuteiros de 17 agrupamentos reunidos, começou a busca do Tesouro, a procura – entre experiências, memórias, superações e partilhas – do maior Tesouro do mundo. Por secções etárias, com escuteiros de várias proveniências reunidos em pequenos grupos, começaram por Descobrir, para depois Viver e a seguir, já no final do dia de sábado, Celebrar.
Durante a tarde de sábado, às 16h30, celebrou-se na Basílica da Santíssima Trindade a eucaristia como culminar da Peregrinação Jubilar que os Escuteiros de Coimbra fizeram, enquanto ‘Peregrinos da Esperança’, em consonância com o Jubileu Ordinário de 2025 que a Igreja Católica vive neste ano. A cerimónia juntou mais uma centena de escuteiros, de mais 12 agrupamentos, aos participantes no Dia da Região. Foi presidida pelo Bispo de Coimbra, Dom Virgílio Antunes, que, inspirado pelas palavras da Liturgia, exortou os escuteiros à vivência de um Amor Fraternal e comprometido: “Nisto se conhecerão todos que são discípulos de Jesus: Se vos amardes uns aos outros!”.
No final desta celebração, por intermédio do Bispo, os escuteiros de Coimbra e as suas famílias fizeram a sua consagração a Nossa Senhora, num gesto de compromisso – de renovação da sua promessa de escuteiros – para com a missão que como cristãos e como católicos têm perante a Humanidade, perante os irmãos mais próximos e especialmente mais frágeis. Nesta ocasião, simbolicamente, foram entregues 56 rosas – representando os 56 agrupamentos da região – junto da imagem de Nossa Senhora de Fátima.
Já no exterior da Basílica, Nuno Canilho, chefe regional de Coimbra do CNE, dirigindo-se aos escuteiros contextualizou o momento vivido: “Somos da Terra dos Peregrinos, porque somos caminhamos na busca, porque temos o Caminho à porta da nossa casa, e principalmente porque acolhemos e cuidamos dos peregrinos que passam por nós! Literalmente, a nossa peregrinação jubilar tinha de ser no Altar do Mundo, onde terminam as peregrinações e começa a Vida Nova!”. Explicou, ainda, o simbolismo das rosas oferecidas, como símbolos de Coimbra, na senda da Rainha Santa e na poética e tradicional ideia de que os escuteiros são “da flor a fragrância”!
Nuno Canilho entendeu, ainda, num tom mais emocionado e embargado, lembrar o triste acontecimento de 2 de maio de 2015 que ceifou a vida de cinco peregrinos de Mortágua, entre os quais os escuteiros Flávio Mendes e Diogo Ferreira. “Dez anos depois acabámos o caminho do Diogo e do Flávio até aqui, até Fátima. Temos a certeza de que continuam connosco, nos nossos corações e lá no Céu continuam a alegrar-se connosco, a acampar connosco, a interceder por nós todos. Obrigado Diogo, Obrigado Flávio!”, afirmou o chefe regional.
“Não viemos aos pés de Nossa Senhora pedir nada! Agradecemos, naturalmente, mas não estamos a retribuir. Ao contrário: Viemos trazer o nosso coração e dizer Está aqui! É teu! Serve-te dele para a Missão de Jesus”, concluiu Nuno Canilho.
Na manhã de domingo os escuteiros que desenvolveram as suas atividades por secção, foram-se juntando por agrupamentos, depois por cada um dos três Núcleos e juntaram-se finalmente para o encerramento da atividade e descoberta final do Tesouro. Foi tempo de juntar todas as areias conquistadas e armazenadas ao longo do jogo de sábado – na analogia de que o convívio e a partilha, as aventuras e as experiências são algo que se soma ao que somos –, para depois, todas misturadas, simbolizar já não o que somos enquanto indivíduos, mas como coletivo, como conjunto, com Região de Coimbra.
Antes do envio de cada um para uma nova missão, nas comunidades locais, os escuteiros conseguiram perceber que o Tesouro que procuravam eram eles mesmos, cada um deles e no conjunto como Região.
“Acreditamos que o escutismo – ao fazer pontes com a Comunidade e ao assumir a sua dimensão cristã e católica – se afirma no testemunho dos seus membros junto de todos, na escola, no trabalho, na família, na vida associativa e pública. Ser Escuteiro – católico, empenhado, comprometido, honesto e firme nas suas convicções – é, tem de ser cada vez mais, um sinal, uma marca, desarmado e desarmante, de um estilo de vida livre, autónomo e feliz. Somos todos diferentes, fruto das diferenças dos nossos contextos e das nossas características pessoais e até comunitárias, mas todos temos esta unidade no sinal, na marca, de ser escuteiro de Coimbra!”, afirmou o chefe regional.