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Comunidade Intermunicipal do Baixo Mondego lança projeto para combater a solidão dos idosos


Categorias: Região quarta, 14 março 2012

"Teleassistência domiciliária” é o nome do serviço que visa a detecção de situações de emergência através de um sistema de comunicação “rápido e seguro”. O isolamento dos idosos em Portugal é uma das problemáticas que tem vindo a crescer e a preocupar a sociedade em geral. Nesse sentido, e ciente da sua responsabilidade social, a Comunidade Intermunicipal do Baixo Mondego (CIM-BM) apresentou no passado mês de fevereiro o projecto “telegestão de acompanhamento a idosos”, um serviço de assistência permanente, baseado numa central de atendimento telefónico vocacionada para responder a qualquer situação de emergência, através de um sistema de comunicação rápido e seguro e sem a necessidade da existência de um telefone ao alcance da mão. Este serviço já existia no concelho da Mealhada e agora alarga-se a toda a comunidade intermunicipal.

Com um simples apertar de um botão do controle remoto, que pode ser usado como um vulgar relógio de pulso ou colar, é activada a unidade de base de teleassistência e estabelecido de imediato contacto com a central de atendimento. Ao colocar a chamada, o sistema emite um identificador único, específico de cada aparelho, o qual permite identificar o utente mesmo que este esteja impossibilitado de falar.

O intercomunicador, segundo informações prestadas pelos fabricantes, pela sua alta tecnologia, é suficientemente sensível para captar com excelente nitidez o mais pequeno ruído em qualquer parte da casa, independentemente da existência de paredes ou portas, permitindo uma conversação entre utente e operador de uma forma clara e precisa.

Criar rede de intervenção social

O presidente da CIM-BM considera este projecto «uma mais valia», tendo em conta que presta «um serviço de proximidade ao idoso que não existia». Jorge Bento garante, igualmente, que «este sistema permite a monitorização de uma rede consoante a gravidade da situação».

O também autarca de Condeixa revela que o objectivo «é envolver a comunidade numa interacção com as forças de segurança (PSP e GNR), no intuito de dar uma resposta a estas situações, para, assim, criar uma rede de intervenção social».

Numa primeira fase, e antes do concurso público que encontrará a empresa que fornecerá o serviço – suportado pelos municípios –, a “tcare e help phone” irão disponibilizar três meses gratuitos, de forma a testar a funcionalidade e operacionalidade do serviço. A medida estará no terreno dentro de três semanas a um mês, uma vez que primeiro serão sinalizados os idosos que usufruirão do serviço.

O projecto abrangerá os 10 municípios que integram a CIMBM, Cantanhede, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Figueira da Foz, Mira, Montemor-o-Velho, Penacova e Soure, além da Mealhada e Mortágua, nos distritos de Aveiro e Viseu, respectivamente.

Nos concelhos de Anadia, Mealhada e Oliveira do Bairro há 239 idosos a viver isolados

Apesar de no concelho da Mealhada existir uma IPSS com apoio à terceira idade em cada uma das freguesias, com lar residencial em três delas, a verdade é que ainda é significativo o número de idosos que vive sozinho. A Guarda Nacional republicana fez o Censo dos seniores que vivem nestas circunstâncias e no Destacamento de Anadia - concelhos de Anadia, Mealhada e Oliveira do Bairro -, era de quase 240 o número de idosos sozinhos na região. A lotação dos lares residenciais está completamente lotada - esperando-se que melhor com a abertura do centro Social da Freguesia de casal Comba -, mas a verdade é que há, ainda, muitos idosos que se encontram numa posição de aparente auto-suficiência.

JM/CIM-BM