Petição pública para evitar saída da locomotiva ex-libris da Pampilhosa

A locomotiva 61 da linha da Beira Alta (a BA 61) é um icone da vila ferroviária da Pampilhosa. Durante muitos anos a locomotiva esteve exposta em frente à estação e transformou-se num ex-libris (ver fotografias), acabando por ser retirada para restauro e armazenada nas imediações da Estação. Entretanto a locomotiva tem sido vandalizada e tem sido vítima do saque de amigos do alheio em busca de metais nobre e com valor comercial no mercado paralelo.
A situação da 61 da Beira Alta - inicialmente propriedade da Companhia da Beira Alta e depois da CP, a partir de 1947 - tem posto o problema do que fazer com o veículo que é, também, um objecto histórico importante. A propriedade da locomotiva é da Fundação Museu Nacional Ferroviário, que está a reunir todo o espólio disperso pelo país e a concentrá-lo na localidade do Entroncamento.
A saída da BA 61 da Pampilhosa não agrada a muitos pampilhosenses que se estão a organizar no sentido de evitar a saída da locomotiva da vila do concelho da Mealhada. Para isso, foi criada uma petição sob a forma de abaixo assinado, que está, desde o passado sábado, a recolher apoios na Pampilhosa - através da recolha de assinaturas - e na internet - através de uma petição online que já tem (neste momento) meia centena de apoiantes.
A petição online é digida ao presidente da Câmara Municipal da Mealhada, no sentido de a autarquia "apoiar no sentido de assegurar a reabilitação e permanência da Locomotiva BA 61 no Concelho da Mealhada - Pampilhosa". O mesmo é dizer, que se solicita que a Câmara da Mealhada possa representar a população, de maneira institucional, no sentido de negociar com a Fundação Museu Nacional Ferroviário, para manter a locomotiva na Pampilhosa.
Em documento que consta do Grupo da rede Facebook "Amigos da Pampilhosa", assinado por Vitor Simões, um dos ativistas desta causa e um dos dinamizadores da petição, é referido que a Fundação Museu Nacional Ferroviário "nada fará sem conversações prévias". "Não há, à partida, portas fechadas ao diálogo bem como à ajuda daquela Fundação quando se conclua das vantagens da permanência do material junto a localidades de origem sempre que tal seja pedido e devidamente justificado", refere Vitor Simões.
E prossegue: "Está estabelecido de que a existir um protocolo de entendimento, tal terá que passar pelo envolvimento directo da autarquia da Mealhada. Não há protocolo de ´cedência´ com outro tipo de entidades".
"É hora de colocar ´o dedo no ar´ numa recolha de assinaturas ou agendamento rápido de uma reunião aberta onde se possa, se for essa a vossa vontade, apontar o rumo que a Henschel & Sohn terá que percorrer neste degrau de uma história a já 130 anos do ponto de partida. O primeiro passo será sempre o nosso. Somos nós que a queremos manter. Urgem estudos e contrapartidas a apresentar ao Museu. Só a Câmara Municipal, apoiada na Junta de Freguesia, GEDEPA e demais Pampilhosenses pode fazer a diferença quando o outro lado pode decretar, pegar numa zorra e ala para o Entroncamento antes que não sobeje História para contar", refere ainda o documento assinado por Vitor Simões.
O abaixo-assinado já está a circular - as primeiras assinaturas foram recolhidas na sessão de inauguração da exposição comemorativa dos 130 anos da linha da Beira Alta, no passado sábado, na sede da Junta de Freguesia da Pampilhosa (autarquia que também apoia esta causa e que já encetou contactos e reuniões com a Câmara Municipal da Mealhada) - e agradece o acolhimento de todos os interessados.
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PETIÇÃO ONLINE
http://www.peticaopublica.com/?pi=P2012N22266
JM