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“A Farsa de Inês Pereira” sobe ao palco do Cineteatro Messias a convite dos escuteiros


tags: Teatro, Escuteiros, Mealhada, Mealhada, Mealhada, Mealhada sábado, 23 fevereiro 2019

“Escuta o Teatro” é este o nome da iniciativa levada a cabo pelo Corpo Nacional de Escutas – Junta Regional de Coimbra, no âmbito da qual vai estar em cena, no próximo dia 16 de março, pelas 21h30, a “A Farsa de Inês Pereira”. O Cineteatro Municipal Messias abrirá as cortinas durante 50 minutos à companhia de teatro AtrapalhArte, que traz uma adaptação do texto original de Gil Vicente.

Reza a história que o enredo da autoria de Gil Vicente nasceu de um ditado popular do século XVI – “Mais vale asno que me leve que cavalo que me derrube”. Partindo daqui, o dramaturgo escreve uma narrativa que retrata “o conflito de valores que caracterizou o humanismo em Portugal”, segundo avança a companhia de teatro conimbricense.

Na estrutura do texto, que será representado à luz dos dias de hoje pela AtrapalhArte, consubstancia-se a simetria existente entre os dois termos da comparação que servem de mote à peça. “Pero Marques encarna o asno que carregará Inês, enquanto o Escudeiro é o cavalo que a derruba. Para pôr em cena esses elementos, o autor utilizou na caracterização de Pero Marques aspetos que o aproximam de um asno: é parvo, teimoso, deselegante e servil. O Escudeiro, ao contrário, assemelha-se ao cavalo, apresentando-se como um nobre e elegante cavaleiro. Essa semelhança termina na aparência, pois quaisquer outras características que se poderiam atribuir aos cavalos (como a lealdade, generosidade ou valentia), ele não tem: é mentiroso, cínico, preguiçoso e covarde. Para seguir à risca a comparação de superioridade que subjaz ao enredo (“mais vale asno que me leve que cavalo que me derrube”), é necessário mostrar que Pero Marques tem valores autênticos, os valores medievais, enquanto o Escudeiro Brás da Mata se move por interesses materialistas, como os que predominam na época de Gil Vicente”.

Em suma, os dois personagens que materializam as figuras do asno e do cavalo, são candidatos a marido de Inês Pereira, que queria casar para fugir dos trabalhos domésticos que era obrigada a executar em casa da sua mãe. Pero Marques, um aldeão simples, mas rico, foi-lhe indicado pela alcoviteira Lianor Vaz. Brás da Mata, escudeiro galanteador, foi encontrado pelos irmãos judeus Vidal e Latão, satisfazendo o ideal de Inês Pereira.

A obra que integra o Plano Nacional de Leitura para o 10º ano de escolaridade, transforma-se em peça de teatro no próximo dia 16 de março, na Mealhada, sob a promessa de proporcionar ao público um serão bastante divertido, uma vez que a companhia de teatro diz abordar “os textos assentando a dramaturgia na comédia”.

Os interessados em assistir à “Farsa de Inês Pereira” podem adquirir o bilhete, cujo custo é de 5 euros, na Biblioteca Municipal da Mealhada, na loja Ruben Sport, através do Agrupamento de Escuteiros 1037 da Mealhada ou fazer a reserva dos ingressos através dos endereços de correio eletrónico geral.1037@escutismo.pt ou srpe.coimbra@escutismo.pt.