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Circuito pedonal em redor do Bussaco incide em locais “deslembrados”


Categorias: Região quinta, 05 maio 2016

Ficou concluído, no passado dia 2 de maio, um novo circuito pedonal em torno da Mata Nacional do Bussaco, que permite visitar locais até agora “deslembrados” em torno deste local. Quem o garantiu ao Jornal da Mealhada foi Nuno Alegre, o promotor da iniciativa.

O projeto, e segundo Nuno Alegre, surge “porque no Luso e no Bussaco nunca houve uma preocupação sustentada com o Hiking/Trekking (ato de caminhar)”. “Haviam alguns percursos pedestres dentro do Bussaco que, dada a pouca distância percorrida, não conseguiam atrair turistas especializados neste tipo de atividades de uma forma continuada. Naturalmente que surgiu com trinta anos de atraso e que é um formato mais do que conhecido internacionalmente, mas o que interessa é que foi feito!”, acrescenta o promotor, que afirma que a grande preocupação foi a da “utilização de sinalética normalizada internacionalmente e devidamente enquadrada pela legislação portuguesa, o que evita explicar a simbologia, poupa custos e permite fazer o trilho sem a necessidade absoluta de um guia”.

Mas segundo Nuno Alegre, este conjunto “não exclui a necessidade de serviço de guias uma vez que há inúmeras coisas que necessitam de ser explicadas aos turistas... muito além da verdade da beleza das paisagens em torno do Bussaco”. “Neste momento já há gente interessada em criar geocachings (versão mais evoluída da tradicional caça ao tesouro) no percurso, o que aumentará o interesse do mesmo”, acrescenta ainda.

O caminho centra-se não só no Luso e Bussaco, mas também na “aldeia de Várzeas, provavelmente o local onde se terá iniciado a ocupação humana desta região; o vale com a ponte de caminho de ferro, o túnel e as minas de carvão do Salgueiral; as posições militares do lado norte da Batalha do Bussac;, a crista de depósitos fósseis do Silúrico que outrora foi um fundo marinho e onde se podem encontrar com facilidade trilobites e bilobites; os veios de minério de ferro que tantas vezes ‘chateiam’ as bússolas no Bussaco e que são trazidos à superfície pelas águas que abundam perto de Vale da Ribeira; a ‘quelha do Ferrador’, onde terminava a antiga rua que ligava o Luso a Vila Nova de Monsarroz e Anadia; o Magnifico Lago do Luso; e o Cabeço dos Judeus, provavelmente uma ‘proto’ judearia que terá existido no Luso; permitem, em conjunto, uma visão de trezentos e sessenta graus do ‘Monte Bussaco’ cujos ângulos vão surpreender até alguns dos mais ‘velhinhos’ turistas”.

Este projeto estende-se ainda, em formato de "pétalas" (derivações circulares que saem do caminho principal e retornam mais adiante), a outros pontos de interesse como sejam a Vacariça via Santa Eufémia e os Fieis de Deus, a Santa Cristina e a Nascente do Rio Cértima, a Moura, Santo António do Cântaro e Portela da Oliveira (entroncando em percursos já aí marcados igualmente de forma normalizada), Lameira, Barrô, Carpinteiros e Vila Nova de Monsarros, sempre em formato "low-cost" e de utilização livre e gratuita para todos.

“Caberá aos agentes económicos ligados à área do turismo, como sejam os hotéis, restaurantes, cafés, lojas e outros, agir individualmente ou em conjunto por forma a maximizar as receitas que possam ser geradas com base neste novo (mas conhecido) produto turístico no Luso e Bussaco”, sugere ainda o promotor do percurso, que tem cerca de onze quilómetros marcados.

Nuno Alegre alerta ainda, no comunicado enviado à comunicação social, que o percurso é inadequado “para crianças pequenas ou pessoas com mobilidade reduzida”.

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