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Ministro prometeu obras na linha e na estação da Pampilhosa


Categorias: Região quinta, 01 junho 2017

A Pampilhosa foi esta tarde palco da cerimónia de consignação da empreitada para a estabilização de taludes da Linha da Beira Alta, com a presença da Infraestruturas de Portugal, o Ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, e o presidente da Câmara Municipal da Mealhada, Rui Marqueiro. Durante a sessão foi apresentado o pacote completo de investimentos previstos para a Linha para os próximos anos.

A Infraestruturas de Portugal vai iniciar os trabalhos de estabilização de cinco taludes localizados ao longo de 23 quilómetros, no troço compreendido entre a Estação do Luso-Buçaco e a Estação de Santa Comba Dão, da Linha da Beira Alta. Esta intervenção representa um investimento de cerca de dois milhões de euros e tem por objetivo estabilizar estes taludes, onde foram identificados indícios de instabilidade e que podem comprometer a segurança ferroviária.

A obra tem um prazo de execução de 13 meses e a sua concretização irá assegurar o reforço das condições de segurança e circulação neste troço da Linha da Beira Alta que serve os concelhos de Mealhada e Santa Comba Dão. A Linha da Beira Alta, principal ligação ferroviária à Europa, faz parte da rede “core” da Rede Transeuropeia de Transportes (RTE-T) e integra o Corredor Ferroviário de Mercadorias nº 4.

No quadro do Plano de Investimentos Ferrovia 2020, a modernização da Linha da Beira Alta é definida como um projeto prioritário que visa reforçar a ligação do norte e centro de Portugal com a Europa, de modo a viabilizar um transporte ferroviário de mercadorias eficiente, potenciando o aumento da competitividade da economia nacional.

Ainda, no ano de 2017, estão planeadas para a Linha da Beira Alta diversas ações de melhoria das condições da infraestrutura ferroviária e de tratamento de taludes com um investimento associado da ordem dos sete milhões de euros.

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Melhorias na rede ferroviária

Carlos Fernandes, vice-presidente do Conselho de Administração da Infraestruturas de Portugal, deu início à sessão apresentando todo o quadro de investimentos previstos para realizar no programa Ferrovia 2020, um total de 2.700 milhões de euros. Aqui serão feitas ligações ferroviárias a Espanha e à Europa, a conclusão da renovação da linha do Norte, a eletrificação de linhas, a instalação do sistema europeu de tráfego ferroviário, o aumento do comprimento de cruzamento dos comboios e a preparação da migração para a bitola standard.

Sendo a Linha da Beira Alta vital para o transporte de mercadorias é utilizada diariamente por cerca de 10 comboios de mercadorias por dia e 18 de passageiros. Tem 202 quilómetros de extensão, 15 estações e 22 apeadeiros. Cerca de 64% da extensão foi renovada há cerca de 40 anos, estando assim no fim do seu ciclo de vida.

“A segurança de circulação está garantida, mas obriga frequentemente à imposição de limites de velocidade de circulação, comprometendo a qualidade do serviço. Apesar deste cenário, a IP conseguiu reduzir significativamente os tempos de penalização, essencialmente através do reforço das ações de inspeção e de prevenção”, afirmou Carlos Fernandes.

O projeto de modernização desta Linha visa o melhoramento da ligação ferroviária do norte e centro de Portugal com Espanha e com a Europa, viabilizando o transporte ferroviário de mercadorias, pretendendo-se eliminar restrições de velocidade, promover a interoperabilidade com o estrangeiro, aumentar a capacidade para os comboios de mercadoria, permitir a ligação direta para os comboios vindos de norte da Pampilhosa e melhorar condições de segurança com a eliminação de passagens de nível e instalação de sinalização eletrónica.

Assim, a via que liga Pampilhosa-Guarda-Vilar Formoso será integralmente renovada para uma velocidade média de 120km/h, incluindo retificações pontuais de traçado, dez estações de comboio serão aumentadas para permitir o cruzamento de comboios maiores, as infraestruturas de alimentação elétrica serão adaptadas, estações e apeadeiros serão remodelados e demais renovações nas infraestruturas.

Além das modificações na linha, a concordância feita entre a Linha do Norte e a Linha da Beira Alta que se dá na Estação da Pampilhosa, sofrerá obras. Os objetivos são criar uma ligação direta entre a Linha da Beira Alta e a do Norte, para o tráfego que vem do Norte, a renovação das linhas da Estação da Pampilhosa, permitindo a circulação, cruzamento e resguardo de comboios maiores, a instalação de sinalização eletrónica e telecomunicações e a remodelação da Estação, incluindo o alteamento e prolongamento de plataformas, a instalação de iluminação, a construção de abrigos de passageiros e ainda a supressão de atravessamentos.

A modernização do troço Pampilhosa-Guarda tem a sua fase de projetos técnicos e impacto ambiental de início de 2017 até ao final de 2018, a contratação do empreiteiro decorrerá já em 2019 e a obra estará terminada em 2021. O mesmo se passa com a modernização da Estação da Pampilhosa.

“A manutenção da Linha da Beira Alta tem levado muitos recursos financeiros e esta situação tem que acabar. É urgente a modernização desta linha”, disse Carlos Fernandes.

Está em curso uma obra de manutenção da linha, com o objetivo da renovação integral de via entre o quilómetro 58,3 e o 65,05, que prevê o tratamento da plataforma e renovação do sistema de drenagem, a substituição de travessas e carril em toda a extensão do troço (inclusive túneis), a renovação do sistema de drenagem do Túnel de Trezói e a montagem de aparelhos carrilhadores nas pontes. Um investimento de cerca de seis milhões de euros.

O acordo assinado hoje, na Pampilhosa, prevê a estabilização de taludes de escavação entre o quilómetro 69.920 e o 82.960 para a regularização e/ou reperfilamento dos taludes existentes, a consolidação dos taludes através de betão projetado, pregagens ou ancoragens e redes pregadas e a renovação dos sistemas de drenagem. Um investimento de dois milhões de euros, com um tempo de obra de 13 meses, e que, após a sua conclusão, reduzirá o tempo de atraso para dois minutos; o atraso de longa duração manter-se-á e só serão eliminadas com o projeto de modernização final. O contrato foi assinado entre José Serrano Gordo, vice-presidente da Infraestruturas de Portugal, e José Gonçalves Teixeira, presidente da empresa DST, responsável pela obra.

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Plataforma rodoferroviária a discussão

Rui Marqueiro, presidente da autarquia mealhadense, interveio e voltou a falar do sonho e ambição do executivo: a criação de uma plataforma rodoferroviária na Pampilhosa.

“A IP diz-nos que temos outras hipóteses, mas que esta também é válida. Da nossa parte facilitaremos sempre o que for necessário. Acrescento que fiquei grato por terem escolhido a Pampilhosa para esta cerimónia”, afirmou.

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Pedro Marques, Ministro do Planeamento e das Infraestruturas, referiu que o projeto de modernização da rede ferroviária nacional era já um projeto do anterior Governo, que decidiram não inviabilizar, mas pegar nele e trabalhar sobre ele.

“Estamos na Pampilhosa porque é aqui que a estabilização dos taludes é mais importante, mas também porque aqui é um ponto estratégico entre o cruzamento da Linha da Beira Alta e a do Norte. Neste contexto, queremos que a modernização seja rápida. É um investimento comparticipado por fundos europeus, dá-nos assim outra segurança. Se queremos baixar os custos do transporte de mercadorias, para sermos competitivos com o transporte rodoviário, temos que investir”, afirmou.

O Ministro Pedro Marques escusou-se, ainda, a comentar a possibilidade de existir uma plataforma rodoferroviária, pois afirmou ser competência da IP, terminando a dizer que este é “um investimento que moderniza o país”.