O Canto de Caná, local de culto do movimento católico Famílias de Caná, de Mogofores (Anadia), foi benzido pelo Bispo de Aveiro, D. António Moiteiro, no passado sábado, nos Salesianos de Mogofores, que na ocasião considerou que este novo templo é o ponto de partida para um maior crescimento deste movimento diocesano, numa altura em que “há bom clima para que se estenda a todo o país”.
Perante a presença de várias famílias, em representação de diversas Aldeias de Caná do país, que solenemente fizeram os primeiros compromissos de adesão ao movimento, o prelado dirigiu-se à família Power, enquanto fundadora das Famílias de Caná, para destacar “o bem que o movimento pode fazer a outras famílias”, anunciando que já o deu a conhecer a outros bispos. “Hoje temos famílias desde Vila Nova de Famalicão a Almada mas há bom clima para que o movimento se estenda a todo o país”, disse.
Na homilia da eucaristia que assinalou a abertura deste templo, que decorreu no Santuário Nacional de Nossa Senhora Auxiliadora, em Mogofores, D. António Moiteiro destacou o papel do antigo pároco local José Fernandes, pela sua ação no início do movimento, assim como a disponibilidade dos Salesianos para acolherem este templo nas suas instalações. “Temos que trabalhar para a comunhão e não a divisão e devemos celebrar essa comunhão, a união, alegria”, disse o Bispo de Aveiro.
No mesmo sentido, o pároco local, Joaquim Taveira, acredita que “o Canto de Caná e o movimento vão crescer, tudo isto vai ser maior, o sonho está a realizar-se”. Sonho este levou Niall Power, enquanto fundador do movimento, a agradecer o “apoio da Igreja às Famílias de Caná ao abrir as suas portas e caminhar connosco, muito em especial os Salesianos por todo o apoio que estão a dar ao movimento”.
“O Antigo Testamento das Famílias de Caná”
A bênção do Canto de Caná foi antecedida pela apresentação do livro «Em Tua Casa» de Teresa Power, fundadora daquele movimento, que fez regressar a Mogofores o pároco José Fernandes, pela sua ligação ao início das Famílias de Caná e pelo acolhimento desta família na paróquia. O pároco deixou a referência de que esta obra, que retrata a vida católica daquela família, “está recheada de momentos em que não se separa a vida da terra - dos homens - da vida dos anjos. Além de ser real, é um bom instrumento para reencontrarmos a nossa vida”.
Para o Bispo de Aveiro, “vemos na Família Power como Deus os vai trabalhando e faz render os seus talentos”, considerando que o livro “é o Antigo Testamento das Famílias de Caná, já que estas crónicas terminam com a aprovação do movimento”.
D. António Moiteiro exortou as famílias presentes a escreverem livros deste género. “Pode não ser em escrita, mas no coração, narrando a vida das suas famílias”, desafiando a Paulus Editora a publicar a Carta Fundacional do movimento já com os compromissos das suas famílias.
Aquele desafio foi aceite pelo representante da editora, José André Ferreira, antigo aluno da autora, que diz ter ficado positivamente marcado pelo blogue «Uma Família Católica” que deu origem ao movimento. “É uma família católica como deve ser um padre católico”, disse, prometendo que este livro “será o primeiro de muitos”.
Teresa Power fechou a sessão que chamou de “cerimónia de gratidão”, falou do passado desde Castelo Branco a Mogofores, onde cresceu “com a fé em família” e disse que o livro agora apresentado “é um livro que gostaria de ter lido há 20 anos atrás”, pois “na altura procurava quem nos ensinasse a ser família católica”.
“Escrever é fácil, difícil é viver para escrever tudo isso num livro”, destacou a autora, considerando que “não é um livro teórico”, pois “reflete a nossa forma de viver, que queremos que seja também a forma de viver «Em Tua Casa»”.