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Diária

Diretor da Segurança Social de Aveiro visita Misericórdia da Mealhada para projetar o futuro


tags: SCMM, Segurança Social, Visita Categorias: Região quarta, 17 abril 2019

A 16 de abril a Santa Casa da Misericórdia da Mealhada (SCMM) recebeu a visita do diretor da Segurança Social do distrito de Aveiro, Fernando Mendonça, e Benjamim Bastos, assessor da respetiva direção, para uma reunião cujo objetivo passou por partilhar as preocupações sentidas pela Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) concelhia com o futuro. O diretor-geral da instituição, Bruno Peres, sinalizou as áreas da educação, assistência social, prestada nomeadamente pela Rede Local de Intervenção Social (RLIS), e a da terceira idade como aquelas em que a instituição carece de apoio para garantir a qualidade dos serviços que prestam.

“Temos que planificar as respostas, precisamos de ir ao encontro daquilo que são as necessidades da comunidade e precisamos de estar bem articulados com um dos principais financiadores da atividade social, que é a Segurança Social”, começou por dizer, ao nosso jornal, Bruno Peres, que entende que reuniões como esta são “importantíssimas para irmos garantindo que estamos todos a caminhar no mesmo rumo e para afinar “agulhas”.

“Precisamos de estar bem articulados com um dos principais financiadores da atividade social”, Bruno Peres, diretor-geral da Santa Casa da Misericórdia da Mealhada

No âmbito desta reunião, onde também estiveram alguns membros da mesa administrativa da instituição e o provedor da SCMM, João Peres, uma das questões colocadas em cima da mesa foi a dificuldade de recrutar recursos humanos para a valência da terceira idade, procurando, junto da Segurança Social, encontrar uma solução que ajude a atrair e a fixar colaboradores.

Fernando Mendonça, consciente de que o problema do recrutamento de profissionais “tem que ver com o próprio mercado de trabalho e aquilo que é a oferta e a procura”, assim como com a forma como a sociedade vê a organização do trabalho, não descarta a necessidade de ver criados “mecanismos para que as pessoas possam trabalhar aqui com vontade” e considera que “têm que haver alguns incentivos”, porém recorda que estes dependem diretamente das “respostas políticas”.

Assumindo que o diretor da Segurança Social do distrito de Aveiro não tem uma “varinha mágica” para resolver este problema, “que é transversal a todo o país e a todas as instituições de solidariedade social”, Bruno Peres defende: “aquilo que temos que fazer é sensibilizar as entidades políticas competentes para as dificuldades que isso nos causa no dia-a-dia, para conseguirmos arranjar estratégias de mitigação desses efeitos negativos”.

“Estamos a tentar definir o modelo, ou seja, aquilo que será o futuro deste acordo”, Fernando Mendonça, diretor da Segurança Social do distrito de Aveiro

Outro dos assuntos que pontuou a ordem de trabalhos da reunião teve que ver com o términus do acordo entre a Segurança Social e a SCMM para a gestão da RLIS, por parte da IPSS local. Segundo se referiu, o acordo terminará em setembro de 2020, não havendo para já, nenhuma informação quanto ao futuro da respetiva gestão, para o qual Bruno Peres recordou terem avançado com “alguma relutância”. Nesta matéria, Fernando Mendonça respondeu: “estamos a tentar definir o modelo, ou seja, aquilo que será o futuro deste acordo”. “Sabemos que as coisas estão a funcionar bem a este nível e, portanto, vai haver uma solução, certamente, no sentido de podermos prosseguir todos juntos o trabalho que temos vindo a desenvolver”, concluiu.

Ainda em matéria de ação social, o tema das cantinas sociais também não foi esquecido. A instituição, segundo Rita Costa, técnica de ação social da SCMM, fornece diariamente 23 refeições, porém é intenção da Segurança Social extinguir este serviço de futuro. “Para já não vão terminar”, garantiu Fernando Mendonça sobre a permanência dos serviços das cantinas sociais, pelo menos, “por mais um ano”. “O que entendemos é que neste momento há mecanismos para responder às pessoas que estão a utilizar os serviços das cantinas sociais de uma outra forma, com outro enquadramento, de maneira a muni-las de ferramentas para que possam ser independentes e não necessitem tanto daquilo que hoje é o serviço estrito de uma cantina social”, disse Fernando Mendonça.

Serviço de cantinas sociais foi renovado por mais um ano

Para concluir a reunião, o diretor da Segurança Social do distrito de Aveiro e restante comitiva, foram convidados a observar os planos arquitetónicos do novo lar que a SCMM pretende construir, concentrando no mesmo polo a valência da terceira idade que, atualmente, se encontra dividida em três centros distintos. João Peres, provedor da SCMM, considera este projeto “um desafio” para a instituição, nomeadamente “porque não há comparticipações”, sendo por isso concretizado “com capitais próprios, aliás, do banco, através da contração de empréstimos”.

Sem prognósticos sobre a data em que se poderá ver o projeto a tomar forma, João Peres adianta que já existe terreno para a construção e que “na Segurança Social o projeto para o novo lar está aprovado”, ainda assim denota a existência de um “problema burocrático que está a ser resolvido na Câmara Municipal, que espero que o seja o mais breve possível”. O provedor da SCMM afiançou: “assim que nos derem luz verde nós iniciaremos a negociação dos empréstimos e lançaremos os concursos para a obra”.

 

Fotografia: Membros da direção da Segurança Social do distrito de Aveiro, membros da mesa administrativa e da direção da SCMM