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tags: Opinião, Braga da Cruz, Jornais Nacionais Categorias: Opinião quarta, 17 abril 2019

“…O político António Costa também tem crescido em mistério nos últimos tempos. Um dos maiores é sem dúvida o da escolha de Pedro Marques para cabeça de lista às europeias. Ninguém lhe consegue vislumbrar especial carisma ou peso político num ministro, que, apesar das inaugurações, deixa pouca obra para mostrar. Não percebem os comentadores e não percebem os militantes, nomeadamente os autarcas, que nunca morreram de amores pelo responsável das Infra-Estruturas e que são decisivos em qualquer campanha eleitoral.”

David Pontes – Público

“…Quem nunca perdeu o norte, saberá que a região não tem grande espaço nos média de expressão nacional. Porque as redações dos principais órgãos de comunicação estão em Lisboa e isso influencia a seleção dos temas e das fontes. Exceção para o "Jornal de Notícias" que tem a sua Redação principal no Porto e para a RTP que, a partir do Centro de Produção do Norte (CPN), emite alguns programas da RTP1, RTP2, RTP3 e RTP Internacional. Poderemos elogiar a perseverança do JN que, desde a sua fundação em 1888, insiste em fazer um jornal para o país a partir do Norte, bem como a opção do operador público de televisão em descentralizar as suas emissões. É melhor olhar para estes exemplos como um percurso que precisa de ser fortalecido.”

Felisbela Lopes – JN

“…A corrupção e o tráfico de influências existem mesmo em Portugal. E são um perigo para a democracia. Uma questão bem diferente é saber se as várias formas de "compadrio" (para usar a expressão de um ex-ministro que há dias fez notícia) são responsáveis pela crise que atingiu o país no início da década.

O uso indevido de recursos públicos para favorecer grupos específicos não é uma questão menor. Quando se torna recorrente, ou percepcionado como tal, corrói a confiança nas instituições e nos actores políticos, sem a qual as democracias não sobrevivem. Hoje como no passado, todos os populismos autoritários, todos os fascismos, todos os movimentos que põem em causa a democracia representativa, usam a falta de ética das elites como bandeira. Proteger as sociedades da corrupção, do nepotismo e do favorecimento ilegítimo de interesses particulares é pois fundamental para defender a democracia.”

Ricardo Pais Mamede – Diário de Notícias

“…o ministro das Finanças conhece bem o Banco de Portugal, sabe onde estiveram as falhas, e tratou de criar um modelo de supervisão a duas mãos, cada uma delas com o seu campo específico de ação, sendo que as duas visões devem convergir. Quem pode contestar as vantagens deste duplo escrutínio? Contesta quem prefere escudar-se no reporte ao BCE e ao Mecanismo Único de Supervisão para fazer bypass ao Ministro das Finanças. Contesta quem, perante os deputados da nação, foi ao ridículo de invocar falhas de memória caricatas e de retorcer os factos na tentativa de construir uma ‘verdade’ que ajude a disfarçar o péssimo uso que fez da autoridade. Contesta quem não teve pejo em recorrer a embustes do mesmo quilate para alijar responsabilidades próprias e acusar terceiros, em processos de contraordenação onde a interpretação do julgador prevaleceu sobre a prova.

É sabido como as corporações tudo fazem para preservar regalias. Foi assim com o presidente do sindicato dos magistrados do Ministério Público, que espadeira contra o fantasma das intromissões na ação do CSMP, repete-se a cena com um governador apostado em impedir que ‘olhos estranhos’ espreitem os segredos da casa.

Habituem-se! O tempo mostrará a razão do poeta: «primeiro estranha-se, depois entranha-se»!”

Filipe Pinhal – O Sol