Diretor: 
João Pega
Periodicidade: 
Diária

Paulo Rangel defende que o PSD tem o “melhor projeto para a Europa”


tags: PSD, Europeias, Luso Categorias: Região quarta, 17 abril 2019

A afirmação foi proferida no Grande Hotel do Luso, no passado dia 5 de abril, por Paulo Rangel, cabeça de lista do Partido Social Democrata (PSD) às eleições europeias 2019, a propósito da apresentação dos candidatos sociais-democratas ao Parlamento Europeu. Tese corroborada pelo mandatário da candidatura do PSD, Carlos Moedas, e o presidente do partido laranja, Rui Rio, nesta cerimónia.

Entre suplentes e efetivos, o PSD apresentou no Luso uma lista de 29 pessoas para conquistar os votos dos eleitores no próximo dia 26 de maio, no âmbito das eleições europeias. Para liderar a lista, os sociais-democratas voltaram a escolher Paulo Rangel, que já havia ido a eleições para a mesma função por mais do que uma vez: “lembro-me há 10 anos o que foi quando Paulo Rangel conduziu o PSD a uma vitória que muitos julgavam impossível. Depois, há 5 anos, o Paulo Rangel conseguiu ultrapassar todas as expetativas e por isso, desta vez iremos muito mais longe”, confia Carlos Moedas.

Paulo Rangel apresenta-se às eleições com uma lista que considera ser de “excelência”, comparando com aquelas que o PSD apresentou em anos anteriores e à oposição: “é uma lista que combina o arrojo com a consistência. Ela dá o sinal da paridade entre mulheres e homens, ela dá o sinal da frescura intergeracional. Ela dá o sinal do conhecimento das questões europeias, que se combina com o conhecimento do terreno, da vida e das populações”.

“Esta equipa está absolutamente convicta de que nós temos o melhor projeto para a Europa, para afirmar Portugal na Europa e para melhor servir os portugueses”, garantiu Paulo Rangel.

“É uma lista que combina o arrojo com a consistência”, Paulo Rangel, cabeça de lista do PSD às eleições europeias 2019

O cabeça de lista às europeias pelos sociais-democratas afirmou que a intenção desta candidatura é garantir a existência de uma “melhor Europa” e de “mais aposta de Portugal na Europa”. Para o efeito, Paulo Rangel elencou algumas propostas da candidatura que lidera: “completar uma união económica e monetária e, designadamente, avançar para a união bancária, assim como, eventualmente, para uma capacitação orçamental europeia; pôr as alterações climáticas e o ambiente no topo das preocupações europeias; continuar com a política da inovação, de apoio às empresas, à competitividade, à modernização; colocar a Europa no topo da investigação da ciência, do conhecimento, da revolução tecnológica no plano global; trabalhar por um mercado único digital e de energia; trabalhar por uma agricultura muito mais próspera, que olhe para a ideia de autossuficiência dentro da União Europeia; avançar, no plano europeu, com uma estratégia comum que venha a ser mais tarde uma verdadeira política comum para a natalidade, porque este é um problema comum; trabalhar para um programa europeu de luta contra o cancro, através de uma mobilização de fundo para a investigação; criar uma força europeia de proteção civil; apostar e ter como bandeira um pacote para a juventude altamente integrado, no qual estejam inseridos o projeto ERASMUS+ (programa de internacionalização do ensino e da formação profissional), o programa EURES (programa europeu de mobilidade profissional), um programa de voluntariado europeu e o Discover You, programa de inter-rail europeu que pretendemos oferecer a todos os jovens que atinjam os 18 anos”.

Sobre os projetos europeus para a juventude e atribuindo-lhes “a possibilidade de estudar fora, de ver mundo”, através do programa ERASMUS, Carlos Moedas enfatiza: “se não fosse esse grande projeto (europeu), alguns dos melhores cientistas do mundo não seriam cientistas”, mencionando os casos de Gonçalo Bernardes, oriundo de Torres Novas e que atualmente é professor catedrático na Universidade de Cambridge, e de Nuno Maulide, um português que foi considerado o melhor cientista da Áustria.

Para além das propostas dos sociais-democratas, Paulo Rangel garante trabalhar com afinco para que “Portugal não perca um cêntimo no próximo quadro comunitário de apoio, seja para a política de coesão seja para a área da cultura”, criticando o trabalho que tem sido feito pelo PS nesta matéria.

Ao longo do discurso de Paulo Rangel, o Partido Socialista (PS) e o respetivo cabeça de lista às Europeias, Pedro Marques, estiveram na mira das críticas, porém, guardou para o fim aquelas que dizem respeito “à grande prioridade do PS” para as eleições europeias – a saúde, e às nomeações por “relações familiares”.

“Houve falta de clareza e transparência nas nomeações”, Paulo Rangel

Sobre o primeiro ponto, Paulo Rangel defende que a definição da saúde como prioridade nas europeias “é uma confissão pública de que o PS descurou, maltratou o Serviço Nacional de Saúde”, considerando, inclusivamente, a postura do Governo face à saúde “como o maior ataque ao serviço nacional de saúde depois do 25 de abril”. Quanto à polémica das nomeações por “relações familiares”, Paulo Rangel entende que “o Primeiro-Ministro fez uma remodelação no Governo apenas ditada pelas eleições europeias” e recorda “tirou dois ministros do Governo para os pôr a cabeça de lista e a número dois da lista às europeias”, evidenciando que “os dois ministros têm problemas nesta questão dos casos familiares”. “Houve falta de clareza e transparência nas nomeações”, considera.

Além das críticas ao PS, Rui Rio apelou ao voto no PSD, afiançando que “votar no PSD é votar na União Europeia”.

Entre razões de ordem europeia e de política nacional para o voto no partido que dirige, Rui Rio assume que “o primeiro objetivo nesta campanha consiste em baixar a abstenção”. O presidente do PSD lembra, a este propósito, que “em 2014, nas últimas eleições (europeias), mais de 66% dos portugueses não votaram, ou seja dois terços não votaram, apenas um terço votou”, considerando que esta realidade “distorce os resultados”.

Rui Rio defende que a Europa é muito importante para todos, afirmando que as decisões que são tomadas em sede europeia “nos tocam de muito de perto”. O dirigente político considera, inclusivamente, que “Portugal sem a União Europeia nunca tinha tido qualquer influência no mundo”.

“O primeiro objetivo nesta campanha consiste em baixar a abstenção”, Rui Rio, presidente do PSD

Enfatizando que a lista social-democrata às eleições europeias apresenta “29 razões” para conquistar o voto, Rui Rio lança farpas às escolhas do PS para estas eleições, dizendo que utilizaram “a lista do Parlamento Europeu como depósito de ex-governantes seja do tempo do Engenheiro Sócrates, seja do tempo, agora, do Doutor António Costa”, considerando que a importância que o Partido Socialista dá à lista europeia “tem mais a ver com a gestão dos seus recursos e a forma como vai arrumar as pessoas, do que propriamente com o perfil das pessoas para o desempenho do cargo”.

Por contraponto, Rui Rio refere que a lista do PSD às europeias foi feita “com determinadas preocupações”. “A nossa lista equilibra a experiência com a juventude”, começa por dizer o líder dos sociais-democratas, “a nossa lista tem uma distribuição territorial justa”, garantindo que é importante “ter uma lista que dê uma imagem global do país”. Para além disso, Rui Rio refere que na elaboração da lista cuidaram de “ter também uma distribuição de competências diversificada” em várias matérias, nomeadamente “em questões orçamentais, na educação e na ciência, na agricultura, nas regiões ultraperiféricas, no turismo, na mobilidade, na juventude, na união económica e monetária, nas migrações e na política de segurança”.

Carlos Moedas entende que com a lista apresentada pelo PSD estão garantidos três pontos que considera muito importantes para o Parlamento Europeu: “a ligação com a experiência europeia, local e setorial, e a presença de pessoas que possam desafiar essa experiência”.

Porém, Rui Rio vai mais longe, e refere que com esta lista e, nomeadamente com estas eleições os portugueses, através do voto, têm a oportunidade de dizer “de uma forma muito clara: ‘Estou contente com a governação ou estou descontente com ela ou com parte substancial”.

 

Fotografia: Paulo Rangel, cabeça de lista do PSD às eleições europeias 2019

 

 

Lista de Candidatos do PSD às Eleições Europeias

 

Efetivos: Paulo Rangel | Lídia Pereira | José Manuel Fernandes | Graça Carvalho | Álvaro Amaro | Cláudia Monteiro de Aguiar | Carlos Coelho | Ana Miguel dos Santos | Sónia Ramos | Teófilo dos Santos | Vânia Neto | Ricardo Morgado | Cristiano Cabrita | Alice Antunes | Bruno Moura Ferreira | Sónia Alain dos Santos | Carlos Almeida | Paula Calado Fevereiro | Maria Conceição Pires | Hugo Ferrinho Lopes | Mafalda de Taborda Lourenço

Suplentes: Sofia Matos | Nuno Carvalho | Otília Castro | Paulo Ribeiro | Eugénio Correia | Ângelo Santos | Sandro Pinho | Miguel Poiares Maduro