A vida é feita de encontros e desencontros, de ganhos, mas também de perdas. O desaparecimento de alguém significativo provoca uma dor lancinante e feridas difíceis de sarar.
A morte de uma pessoa significativa, desencadeia uma revolução, exigindo ao que perdeu, uma reorganização intelectual, emocional e social profunda, de forma a conseguir adaptar-se a uma nova realidade.
O luto é um processo lento e penoso, com avanços e recuos, pois, apesar de termos presente desde que nascemos que a finitude humana é uma condição do nosso ciclo de vida, nunca se está preparado para aceitar uma perda definitiva.
A elaboração do luto não é igual para todos, nem é um processo constante e rígido, pois não existe um período específico para o ultrapassar.
Cada pessoa tem que ter o seu tempo para aceitar uma realidade tão dolorosa. A ausência física e emocional de alguém ao qual nos sentimos fortemente vinculados, desencadeia uma privação da relação, a qual tanto necessitamos como seres sociais que somos.
Precisamos de cuidar daqueles que amamos, de sentir a sua presença, de partilhar momentos e de perspetivar o futuro próximo ou ainda longínquo, e a morte finaliza estas possibilidades de amor.
Não tenhamos receio de mostrar os nossos sentimentos, como se só tivéssemos “aquele” tempo para chorar a perda.
Os vínculos afetivos não são efémeros, são construídos por experiências e vivências que se cimentam ao longo do tempo, e a simplicidade para expressá-los das mais variadas maneiras, torna mais fácil o processo da aceitação da ausência de alguém que marcou e teve um papel especial na vida de outro alguém.
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Dr.ª Sandra Martins
Psicóloga Especialista em Psicologia Clínica
e da Saúde e Psicoterapia