A Câmara da Mealhada deliberou ontem, em reunião do executivo municipal, que as obras de intervenção num edifício da Rua Dr. José Cerveira Lebre não alterassem a fachada de azulejo, que se considera ser património a preservar.
O assunto foi discutido pelos vereadores da autarquia, na sequência de um pedido de licenciamento para efetuar obras de reabilitação do imóvel, localizado junto ao atual Espaço do Cidadão da Mealhada.
Na opinião de Arminda Martins, vereadora da autarquia, “devemos preservar ao máximo este tipo de fachadas de azulejo porque podem ter grande valor arquitetónico”. A autarca lembra que existem poucos exemplos deste tipo de fachadas em edifícios da cidade, mas “os que existem são parte da história do povo da Mealhada”.
Durante a reunião, esteve também presente a técnica da Divisão de Gestão Urbanística da Câmara, Ana Felgueiras, que adiantou, neste caso, “não haver uma atribuição de valor patrimonial enquanto edifício isolado, mas que, em análise de contexto urbano e da época de construção, pode ter no futuro”.
Apesar de admitir não ter formação ou conhecimento suficiente para emitir uma opinião fundamentada, Ana Felgueiras recomendou que se preservasse aquela fachada, numa futura ação de regeneração do espaço exterior do edifício.
A discussão em torno da proteção do património azulejar daquele edifício motivou mesmo a deslocação de todos os membros do executivo municipal ao local, no final da reunião, a fim de avaliar em detalhe os azulejos que compõem a parede frontal do imóvel.
A atribuição de licença para a execução da obra, com a condição de não alterar a fachada de azulejo, foi aprovada por unanimidade pelos vereadores da Câmara Municipal da Mealhada.