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Diária

Che Guevara acompanha Amigos da Tijuca “hasta la victoria siempre”


Categorias: Região quarta, 07 fevereiro 2018

Como que um grito revolucionário a ecoar pela avenida, chega assim ao Carnaval Luso-Brasileiro da Bairrada o Grémio Recreativo Escola de Samba Amigos da Tijuca. Consigo, trazem a história do guerrilheiro argentino-cubano Che Guevara e pretendem representá-la nas ruas da Mealhada, a 11 e 13 de fevereiro.

Sob o mote “hasta la victoria siempre”, frase icónica do líder da Revolução Cubana, o samba enredo dos Amigos da Tijuca é baseado na vida de Che Guevara, desde a sua infância na Argentina até à sua morte nas montanhas da Bolívia. “É uma figura incontornável da história mundial, apesar de controversa. E faz sentido agora que se celebram 50 anos da sua morte”, salienta Diana Jorge, carnavalesca da escola.

A imagem de Che Guevara, imortalizada numa fotografia de Alberto Korda, é uma das mais reproduzidas no mundo. “A sua história de vida transmite uma mensagem de esperança, de alegria e brilho em que a nossa escola se revê. Frases como “a luta continua” ou “prefiro morrer de pé do que viver de joelhos” são marcantes para nós enquanto movimento cultural”, explica Diana Jorge.

De acordo com a carnavalesca dos Amigos da Tijuca, abordar este tema é também fazer um trabalho pedagógico junto dos elementos mais jovens. “Muitos miúdos que estão connosco nem sequer sabiam quem era Che Guevara, é giro ver que conseguimos ensinar-lhes algo novo e demonstrar que não é só o samba que se aprende nesta escola”.

Diana Jorge reconhece que “a escola está mais jovem, há muita gente nova a entrar, uns amigos vão puxando os outros, e penso que isso é positivo. Incentivo os jovens a integrarem esta ou qualquer outra escola de samba, pois criam-se laços, fazem-se novas amizades e acrescenta valor à pessoa”.

Os Amigos da Tijuca têm atualmente 130 desfilantes, um número considerável que obriga a uma preparação meticulosa. “É um trabalho de equipa, temos esta massa humana com amor à camisola, que se dedica bastante. O Carnaval não é feito na avenida, faz-se na sede, neste convívio saudável. Mais que ganhar, o que interessa é sentirmos orgulho naquilo que fazemos”, acrescenta Diana.

Ao recordar o Carnaval do ano passado, feito no centro da Mealhada, e que se repete agora, a carnavalesca diz ter sido “uma excelente aposta, não me recordo de desfilar para tanta gente, este ano esperamos poder desfilar os dois dias e que o tempo ajude”. Diana Jorge realça que “é importante que todos se divirtam, quem desfila quer é sentir as pessoas felizes e tem de haver respeito por elas, acima de tudo. Desfilamos para quem paga bilhete e, quem paga, quer ver um bom espetáculo”.

A carnavalesca dos Amigos da Tijuca refere ainda que “era importante que se percebesse que a Mealhada tem no Carnaval um potencial tão grande como nas 4 maravilhas. E, na nossa perspetiva, o apoio por parte das entidades não tem sido de todo suficiente”.