
É com os olhos no céu que a Escola de Samba Sócios da Mangueira se apresenta nesta edição do Carnaval Luso-Brasileiro da Bairrada. “Criei asas, voei” é o mote que identifica o tema a ser abordado nos corsos carnavalescos de 11 e 13 de fevereiro na Mealhada.
O enredo tem origem numa homenagem a alguém muito especial. “A ideia surgiu no ano passado, pois muitas pessoas gostavam de ver uma homenagem ao João de Oliveira, representando a visão que ele tinha para esta casa e o legado que nos deixou”, explica a carnavalesca Inês Machado, mentora do projeto.
Falecido a 2 de dezembro de 2016 aos 56 anos, João de Oliveira foi fundador dos Sócios da Mangueira e era considerado um “visionário”, no seu propósito de levar a escola noutros “voos”. E é também daí que a “verde e rosa” decidiu construir um tema à imagem dele.
“No fundo, fala do sonho do homem em querer voar. Começa numa fase primitiva pela curiosidade dos primatas em observar os pássaros nos céus, passando pela história do voo, que se confunde com a da aviação, com alguma mitologia pelo meio”, diz Inês Machado. Para a carnavalesca, “o tema faz uma analogia à história dos Sócios, é uma alusão a todos os desafios que as pessoas que criaram esta escola tiveram de enfrentar e que construíram as asas para agora podermos voar”
Para este Carnaval, os Sócios da Mangueira lidam com uma logística mais complexa. Serão 146 elementos a desfilar, mais 40 do que em 2017, o que levou a uma organização diferente. “Este ano, formámos um grupo diretivo, uma espécie de comissão de carnaval, responsável por orientar os trabalhos em várias áreas, ao invés de ter uma ou duas pessoas encarregues de tudo” avança Inês Machado, realçando que “o trabalho de preparação correu sempre bem, sem contratempos, por isso estamos bastante adiantados, também porque houve sempre a participação constante de elementos da escola, que não apareceram apenas à última hora”.
A propósito dos corsos carnavalescos se continuarem a realizar no centro da Mealhada este ano, Inês salienta que “num espaço tão reduzido, os desfiles têm agora uma grande diferença, para nós positiva, pois temos o público junto de nós e sentimos uma energia incrível”. Por outro lado, “temos de ter atenção ao crescimento da escola em termos de volume, uma vez que o espaço de apresentação é muito condicionado”, alerta.
A carnavalesca dos Sócios da Mangueira conclui que, apesar de tudo, a expetativa é bastante elevada. “Estamos muito contentes, este crescimento no número de participantes fará uma diferença enorme no espetáculo, uma vez que o volume será visualmente mais impactante”.