Assinado auto de consignação para a reabilitação do Convento e Via-Sacra do Bussaco

“Um momento histórico”. Foi desta forma que o presidente da Fundação Mata do Bussaco, António Gravato, descreveu a assinatura do auto de consignação da empreitada de “Requalificação e Valorização da Mata Nacional do Bussaco - Recuperação do Convento de Santa Cruz e Capelas dos Passos da Via-Sacra”, realizada na sede da Fundação, no passado dia 15 de março.
A obra, adjudicada pela Câmara Municipal da Mealhada à empresa “Augusto de Oliveira Ferreira e C.ª, Lda.”, representa um investimento de 794.984,60 euros, acrescido de IVA, e terá um prazo de execução de um ano. Os trabalhos irão arrancar de imediato, obrigando ao encerramento dos espaços alvo de intervenção até março de 2019.
Só no Convento de Santa Cruz, serão investidos 543.269,24 euros, com financiamento comunitário de 85%, ao abrigo do Programa Centro 2020, assumindo a Câmara da Mealhada o pagamento da contrapartida nacional, na ordem dos 80 mil euros. Nas obras a realizar nas capelas dos Passos da Via-Sacra, serão gastos 299.414,44 euros, 56,78% financiados por fundos comunitários, ficando o município responsável pelo pagamento de quase 130 mil euros.
O auto de consignação foi assinado pelo engenheiro Jorge Rebocho, em representação da autarquia, e pelo engenheiro Filipe Ferreira, responsável da empresa, especializada na reabilitação de património construído. O plano de intervenção engloba trabalhos de conservação e restauro em fachadas, paredes e tetos interiores, recuperação de vãos interiores e exteriores, recuperação de coberturas e intervenções pontuais de correção em drenagem de águas pluviais e em pavimentos.
Por parte da Fundação Mata do Bussaco, foi assumido o compromisso de assegurar um conjunto de despesas, relacionadas com questões logísticas e de limpeza das áreas envolventes, para permitir o bom andamento dos trabalhos. O presidente, António Gravato, agradeceu “o apoio financeiro e incondicional da Câmara Municipal, sem o qual teria sido impossível fazer isto”. “Os projetos começam a aparecer, o património do Bussaco não está como queremos, é por isso que temos neste momento oito milhões de euros em candidaturas à espera de aprovação”, adiantou.
“Durante 75 anos alguém andou a dormir, não é uma crítica, é a constatação de um facto. Pois só com a classificação do Bussaco como Monumento Nacional, foi agora possível avançar com a reabilitação deste património. Mas ruínas não temos, como dizem por aí”, avançou António Gravato, realçando que a assinatura do auto de consignação é “um momento histórico”.
Na opinião de Rui Marqueiro, “será uma obra difícil, pois terá sempre problemas maiores que uma obra nova”. O presidente da Câmara da Mealhada disse que “demorou muito tempo para chegarmos a este dia, foi preciso trabalhar muito” e agradeceu também “à diretora regional de Cultura do Centro, a dr. Celeste Amaro, por ter estado sempre do nosso lado”. “Com este passo, inicia-se uma nova luta, a de elevar o Bussaco a património mundial da UNESCO, e tudo farei para que isso seja possível, durante o tempo que estiver na Câmara”, afirmou o autarca.