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“Viva o Exército, viva Portugal” na comemoração dos 208 anos da Batalha do Bussaco


Categorias: Região quinta, 27 setembro 2018

Em dia de comemoração dos 208 anos da Batalha do Bussaco ecoou no Terreiro do Monumento um “Viva o Exército, Viva Portugal”, motivado pelo Coronel na Reserva, Américo Henriques.

O aniversário desta batalha histórica reuniu, no Luso, a 27 de setembro, as forças da Brigada de Intervenção, da Brigada de Receção Rápida, do Regimento de Lanceiros 2, Grupos Militares de França e do Reino Unido, a Associação Napoleónica, a Banda do Exército, a Fanfarra do Exército, a Guarda Nacional Republicana, Rui Marqueiro, presidente da Câmara Municipal da Mealhada, alguns elementos do executivo camarário, João Peres, provedor da Santa Casa da Misericórdia da Mealhada, António Gravato, presidente da Fundação Mata do Bussaco, várias figuras de relevo locais, crianças de centros escolares do concelho e muitas pessoas que quiseram marcar presença na cerimónia que assinalou esta efeméride.

O dia começou com o hastear das bandeiras dos países envolvidos na batalha, Portugal, Reino Unido e França, no Terreiro do Monumento. Depois, partiu do Museu Militar o cortejo histórico-militar e religioso, que veio a terminar no Terreiro do Monumento. Nesse mesmo local, decorreram a demonstração da força militar, a missa campal, a cerimónia de homenagem aos mortos, com a colocação de coroas de flores junto ao Monumento da Batalha do Bussaco, e uma palestra alusiva à guerra de armas.

Antes de ser proferida a palestra subordinada ao tema “O Povo Português”, teve lugar a bateria de salvas, que trouxe à memória o modo como as tropas anglo-lusas defenderam o território. Posteriormente, foi então dada a palavra ao Coronel na Reserva Américo Henriques que começou por recordar que “esta foi a invasão que fechou o drama e a tragédia que foi a Guerra Peninsular. Foram 200 mil mortos, numa população que não chegava aos dois milhões e cem habitantes”.

Recordamos que, no século XIX, a Europa estava em guerra e a França e a Inglaterra queriam dominar Portugal. No final de 1806, Napoleão impôs o Bloqueio Continental, ou seja, decretou que os portos continentais deviam encerrar aos navios, mercadorias, e comerciantes ingleses, criando dificuldades ao aparelho produtivo e mercantil britânico. Porém, Portugal foi um dos reinos que não respeitou essa ordem, por isso foi invadido.

O Coronel em Reserva, Américo Henriques, lembrou o quão cara era a tropa nessa altura e referiu que “tínhamos que nos esforçar pela luta da neutralidade, mas pela localização geográfica não podíamos ser neutrais”. Por isso, as tropas francesas invadiram Portugal três vezes. Primeiro, em 1807, com Junot, mas sem sucesso, depois em março de 1809, ao comando de Soult, prolongando a ação que os franceses tinham desencadeado na Corunha, com sucesso, e por fim em 1810, sob o comando do Marechal André Masséna, Marechal de França, Duque de Rivoli e Princípe de Esseling.

A terceira invasão entrou por Almeida, no Noroeste Português, e marcharam em direção a Lisboa, porém, as forças portuguesas intercetaram as tropas francesas, naquela que ficou celebrizada como a Batalha do Bussaco.

Américo Henriques, Comandante em Reserva, convicto de que “não há nada de novo debaixo do sol. Um país sem exercito está ao sabor da vontade alheia” mostrou-se orgulhoso pelo feito alcançado pelos portugueses e termina a sua intervenção pedindo que todos o acompanhassem dizendo, “Viva o Exército, viva Portugal”. Terminada a palestra coube à Associação Napoleónica fazer uma salva em infantaria.

A terminar as celebrações, o cortejo histórico-militar e religioso voltou a formar-se para regressar ao Museu Militar do Bussaco, um edifício, criado a 27 de setembro de 1910, pelo rei D. Manuel II, que alberga uma valiosa coleção de armas, uniformes e equipamentos utilizados na Batalha, dos quais se destaca uma peça de artilharia.