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Remodelação do Quartel de Bombeiros da Mealhada é confirmada com a assinatura do auto de consignação da obra


tags: Remodelação, Quartel, Bombeiros Categorias: Região sexta, 10 maio 2019

No passado dia 6 de maio, Nuno Canilho, presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Mealhada, assinou o auto de consignação da obra de remodelação do respetivo quartel com a empresa adjudicada, a Construtora de Coimbrões Lda., sediada em Fragosela (Viseu), na pessoa de João Pinto Abreu.

Segundo referiu Nuno Canilho, a assinatura do referido documento põe termo a “momentos muito desesperantes”, recordando que o projeto de remodelação do Quartel de Bombeiros já havia sido candidatado em 2015 e 2016 ao POSEUR (Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no uso de Recursos) sem ter tido aprovação, facto que o presidente da Associação Humanitária julga dever-se à “inexperiência nesses domínios”.

“Foi um processo muitíssimo demorado, muitíssimo duro, que começa e termina hoje”, disse Nuno Canilho na cerimónia de assinatura do auto de consignação das obras de remodelação do Quartel dos Bombeiros Voluntários da Mealhada.

O dirigente da associação recorda que a construção das infraestruturas do quartel data de 1993, reconhecendo como necessária a remodelação e a reconstrução do edificado, “para melhor servir a população e os bombeiros”.

“Foi um processo muitíssimo demorado, muitíssimo duro, que começa e termina hoje”, Nuno Canilho, presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Mealhada

Segundo avança Nuno Canilho, as obras vão incidir “na área que diz respeito ao conforto dos bombeiros”, nomeadamente, na sala de convívio, nas camaratas, assim como à alteração de alguns espaços. Com esta obra “vamos fazer alguns retoques”, refere o dirigente: “a casa do quarteleiro, iremos transformar num espaço amplo, onde irá passar a funcionar o salão nobre ou um espaço de formação e no rés-do-chão passará a funcionar a sala de convívio”.

Além das intervenções assinaladas, Nuno Canilho afirma que também será feita uma “nova camarata masculina, com balneários e vestiários, assim como uma camarata feminina, que até aqui não existia”, lamentando que, até ao momento, os bombeiros “se tenham que fardar em condições completamente desadequadas”.

Estas obras, assinaladas pelo presidente dos Bombeiros Voluntários da Mealhada e que se circunscrevem à construção civil, estão orçadas em 514.347,81 euros, onde também se inclui a “eliminação do fibrocimento da cobertura do edifício”, algo que não estava previsto no projeto inicial, assim como a intervenção “na zona central”.

Do valor total da obra a POSEUR irá cobrir 429.029,16 euros, tal como garantiram a 26 de março deste ano, após insistência da Associação Humanitária. “Dia após dia nunca desistimos e nunca deixámos que a derrota nos ultrapassasse”, garante Nuno Canilho, “resistimos e insistimos”, lembrando que o processo de candidatura do projeto ao Fundo de Coesão começou no primeiro mandato da atual equipa de direção dos Bombeiros Voluntários da Mealhada, arrastando-se até este ano, em que decorre o terceiro mandato.

Obras do domínio da construção civil custam 514.347,81 euros

Para além do valor cedido no âmbito do Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no uso de Recursos, a Câmara Municipal da Mealhada, segundo revela Nuno Canilho, irá avançar com o valor remanescente, ou seja, cerca de 75 mil euros, que desta forma deu uma “garantia absolutamente fundamental de avanço” às obras, motivo que leva o dirigente a fazer um “agradecimento claro e inequívoco à Câmara Municipal da Mealhada”.

Ainda assim, ficará a cargo da Associação Humanitária a aquisição de novos eletrodomésticos para a cozinha e de mobiliário (ex.: camas, mesas de cabeceira, cadeiras, cacifos, etc.), algo que representará “um esforço” para as contas dos Bombeiros Voluntários da Mealhada.

“Os bombeiros não têm capacidade de aforro”, explica o dirigente dos Bombeiros Voluntários da Mealhada, “todo o dinheiro que a Associação tem serve para investir em formação, em novos recursos, em viaturas…”, enfatizando: “o Estado não nos dá nada”.

Nuno Canilho revelou ainda a necessidade de pintar o exterior do edifício, uma obra para a qual assume ser necessário arranjar dinheiro: “a parte mais cara está feita, mas vamos ter que continuar a andar com a mão estendida na FESTAME (Feira do Município da Mealhada), a pedir de porta em porta e a cantar as Janeiras”.

“A parte mais cara está feita, mas vamos ter que continuar a andar com a mão estendida”, Nuno Canilho

Se depois de ver recusada a aprovação do projeto no POSEUR, por duas vezes, Nuno Canilho achava que a obra “não ia acontecer nunca e que não íamos passar da boa vontade” devido “a um conjunto de exigências tão grande”, agora a existência de um quartel renovado será uma realidade daqui a 243 dias, prazo estipulado para a entrega da obra por parte da empresa visiense.

“A obra tinha mesmo que ser feita”, afirma perentoriamente Nuno Canilho, uma certeza que defendeu continuadamente devido ao apoio de vários profissionais, órgãos sociais da Associação Humanitária e colaboradores, aos quais fez questão de agradecer publicamente. “Agradeço ao Doutor António Loureiro por desenvolver o projeto, ao Engenheiro Vítor Glória pelo apoio técnico, ao Arquiteto Alexandre Dias, que conseguiu transformar um desespero num projeto candidatável”.

Seguidamente, o presidente dos Bombeiros Voluntários da Mealhada fez questão de dirigir agradecimentos à estrutura interna: “ao Conselho Fiscal, pela garantia da viabilidade do esforço financeiro a fazer, à mesa da Assembleia-Geral, que esteve sempre solidária com todas as nossas decisões, às três direções que estiveram no projeto, a todos os colaboradores e funcionários da casa, no aspeto motivacional”.

Para o fim, Nuno Canilho deixou um agradecimento ao comando, mais concretamente ao Comandante Nuno João, por se ter revelado “a âncora que não nos deixou nunca perder o rumo”.

Entretanto, com o decorrer das obras, o dirigente da Associação Humanitária assegura que “o corpo de bombeiros não vai sair daqui (do quartel)”, no entanto, avança que “muitas das funções vão ser transferidas para o pavilhão”, motivo pelo qual nos próximos meses vão deixar de o poder emprestar.

Conforme revelou Nuno Canilho, para uma segunda ou terceira fase vão ficar as obras na garagem e no pavilhão, atendendo a que o valor concedido não cobrirá todas as necessidades. No entanto, para já, estão asseguradas melhores condições para uma corporação composta por 56 elementos, aos quais se somam, atualmente, 12 estagiários, que entraram em formação em janeiro deste ano.

 

Fotografia: (Da esquerda para a direita): Carlos Castela, tesoureiro dos BVM, Nuno Canilho, presidente dos BVM, e João Abreu, engenheiro da Construtora Coimbrões Lda.