Lusense cria produto inovador para laboratórios

Pedro Réu, natural de Luso, criou recentemente uma empresa em Estocolmo, na Suécia, que produz um instrumento de laboratório inovador, designado “StckCell”. Esta invenção consiste numa caixa para cultura de células que reduz em 60% o uso de plástico, quando comparada com as embalagens que já existem.

Segundo Pedro Réu, diretor executivo da empresa StckCell AB, o produto que criou “tem uma área de cultura equivalente a três caixas comuns. Os seus componentes encaixam uns nos outros, ocupando um volume 67% menor do que os produtos presentes no mercado. Devido ao formato dos seus componentes, a StckCell é 61% mais leve. Por pesar menos e ser mais compacta, reduz drasticamente as emissões de dióxido de carbono, associadas à produção, ao transporte, ao armazenamento e à eliminação de caixas descartáveis para cultura de células”.

A cultura de células é um instrumento comum em investigação, usado em diversas áreas das Ciências da Vida, como, por exemplo, testes de medicamentos e produção de vacinas. Este método está muito dependente de plástico descartável, produzindo consequentemente grandes quantidades de lixo. Estima-se que, a nível mundial, os laboratórios produzem cerca de 5,5 milhões de toneladas de plástico por ano, um peso superior a 60 navios de cruzeiro.

Pedro Réu, de 33 anos, doutorado em Biologia Celular, vive em Estocolmo há dez anos. Foi na KTH – Royal Institute of Technology (“maior instituição de ensino superior em tecnologia da Escandinávia”), onde trabalha como investigador, que surgiu a ideia inovadora 100% da sua autoria. A patente da mesma já foi solicitada: “aguardo a decisão final de registo”, explica Pedro Réu, que agora está a passar férias em Luso. Depois de aprovada a patente, o jovem empreendedor pretende fazer chegar o “StckCell” a laboratórios de todo o mundo, incluindo Portugal.

A StckCell AB, empresa com sede em Estocolmo (“uma das cidades europeias com maior concentração de start-ups como a minha”) que conta com o apoio da incubadora Karolinska Institutet Innovations, foi fundada em fevereiro de 2019. Dispõe de três colaboradores e desenvolve ferramentas para laboratório, ambientalmente sustentáveis.

Num futuro próximo, Pedro Réu não tenciona regressar a Portugal, porque foi na Suécia que, entretanto, constituiu família e porque lá “as empresas contam com muitos apoios a vários níveis”. No entanto, todos os anos, pelo menos uma vez, não dispensa um período de férias na terra onde nasceu.